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Liderança e Saúde Mental: como equilibrar resultados e bem-estar?

Athena Bastos

Athena Bastos


liderança cansada com demandas

No ambiente de trabalho moderno, a pressão por resultados é constante. Em um cenário onde a competição por talentos é acirrada, ter lideranças preparadas emocionalmente pode ser o diferencial necessário para atrair e reter os(a) melhores profissionais.

Por isso, investir na saúde mental das lideranças não só melhora o desempenho individual, mas também fortalece a cultura organizacional como um todo. Segundo estudos: “Um líder é, acima de tudo, um influenciador por natureza. Sua função e desempenho são cruciais para a organização, afinal, ele é um dos responsáveis pela performance e felicidade do seu time.”

Conforme a pesquisa “Mental Health at Work: Managers and Money”, feita pelo Workforce Institute, com mais de 3 mil pessoas em dez países, 60% das pessoas colaboradoras no mundo todo dizem que o trabalho é o maior fator que influencia sua saúde mental.

As altas lideranças têm tanto impacto na saúde mental das pessoas quanto seus(suas) cônjuges (ambos 69%) — e até mais impacto do que seus médicos (51%) ou terapeutas (41%).

A pesquisa ainda aponta que 81% das pessoas colaboradoras em todo o mundo priorizaram uma boa saúde mental em vez de um emprego bem remunerado, e 64% admitem que aceitariam um corte salarial por um emprego que apoiasse melhor seu bem-estar.

Isso significa que liderança e saúde mental possuem uma relação estreita e nosso local de trabalho pode ter mais influência sobre nossa vida do que poderíamos imaginar.

Portanto, o objetivo deste artigo é falar sobre a importância da saúde mental no trabalho, como equilibrar essa balança para garantir um bom clima organizacional para se trabalhar e qual o papel da liderança neste cenário.

O que é saúde mental?

Pode parecer um conceito óbvio, mas nem todas as pessoas sabem o que de fato caracteriza a saúde mental. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), saúde mental é um estado de bem-estar mental que permite que as pessoas lidem com o estresse da vida, percebam suas habilidades, aprendam bem e trabalhem bem, e contribuam para sua comunidade. Ela tem valor intrínseco e instrumental e é integral ao nosso bem-estar.

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O bem-estar de uma pessoa não depende somente dos aspectos psicológico e emocional, mas também é determinado pelos aspectos sociais, ambientais e econômicos.

Dessa forma, a saúde mental não é um fator isolado, é também influenciada pelo ambiente ao redor. Ou seja, ela é resultado da interação de fatores biológicos, psicológicos e sociais, o que inclui o trabalho.

Saúde mental no ambiente de trabalho

A saúde mental das pessoas colaboradoras é um pilar fundamental para o desempenho organizacional. Um assunto que até pouco tempo não era muito comentado, atualmente é um tópico de discussão importante ao redor do mundo.

Conforme traz a pesquisa do Workforce Institute, citada na introdução, as pessoas colaboradoras estão cansadas, estressadas ​​e se sentindo sobrecarregadas, à beira de sofrer com a Síndrome de Burnout.

Segundo a pesquisa, uma em cada cinco pessoas no mundo (20%) diz que seu trabalho afeta sua saúde mental negativamente, e as mulheres são as mais afetadas (23% em comparação a 16% dos homens). Ao final do expediente, 43% das pessoas colaboradoras relatam estar “frequentemente” ou “sempre” exaustas, e 78% dizem que o estresse impacta negativamente seu desempenho no trabalho.

Outro problema preocupante é que, mesmo quando essas pessoas admitem estarem sobrecarregadas, 38% delas dizem que “raramente” ou “nunca” conversaram com sua liderança sobre isso. Mas, por que isso acontece? Elas afirmam que sua liderança não se importaria (16%), ou ainda que sua gerência está sempre muito ocupada (13%). Outras também dizem que sentem que deveriam ser capazes de lidar com isso por si mesmas (20%).

Esse estresse decorrente do trabalho afeta também a vida pessoal. Os entrevistados relatam que o trabalho afeta negativamente sua vida doméstica (71%), seu bem-estar (64%) e seus relacionamentos (62%).

Outro dado interessante, é que a geração Z é a que mais se preocupa com a saúde mental e a prioriza em detrimento da remuneração, por exemplo.

tabela informativa

“Quem tem mais probabilidade de trocar um emprego bem remunerado em apoio à saúde mental?” — Fonte: UGK

Estes dados mostram o impacto da saúde mental no trabalho e o quanto as pessoas colaboradoras estão cansadas e sobrecarregadas, de tal forma que isso afeta tanto a sua produtividade no trabalho, quanto a sua vida pessoal.

Segundo uma pesquisa realizada pelo Hospital Santa Mônica, em 2023, os principais transtornos mentais relacionados ao trabalho são:

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Liderança e bem-estar nas empresas: qual a relação?

Como vimos, alguns dados citados apontam que a liderança tem um papel importante na saúde mental das pessoas colaboradoras. Mas será que as lideranças estão bem para assumir esse papel? De quem é a responsabilidade por garantir a saúde emocional no trabalho?

Ser um(a) líder é uma função extremamente difícil e que exige muita responsabilidade. Tais profissionais são responsáveis ​​por impulsionar resultados, implementar novas políticas e ainda inspirar suas equipes.

Como vimos na introdução, as lideranças têm mais impacto na saúde mental das pessoas colaboradoras do que seus médicos e médicas, e até mesmo terapeutas, cônjuges e parceiros(as).

Com tanta pressão que as lideranças carregam, fica clara a importância das empresas investirem em sua saúde mental para que elas estejam aptas a liderar pessoas de forma eficaz.

Outros dados relevantes da pesquisa do Workforce Institute, indicam que cerca de metade dos(as) gerentes entrevistados(as) gostaria que alguém os(as) tivesse avisado para não aceitar seu emprego atual (57%) e também dizem ser provável que deixem o emprego nos próximos 12 meses por estarem passando por muito estresse relacionado ao trabalho (46%).

Como vimos, 64% das pessoas gestoras afirmam que aceitariam um corte salarial por um trabalho que apoiasse melhor seu bem-estar mental. Isso significa, que as empresas precisam — com urgência — investir no desenvolvimento de inteligência emocional e demais habilidades socioemocionais, além da saúde mental na liderança em todos os níveis da organização.

A mesma pesquisa ainda aponta que as diretorias também sofrem com problemas de saúde mental tanto quanto as pessoas colaboradoras. Segundo dados, 35% das pessoas C-Level entrevistadas, afirmam estarem “frequentemente” ou “sempre” estressadas com o trabalho, e 42% delas afirmam que sua maior fonte de estresse no trabalho é a pressão que colocam sobre si mesmas.

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Como promover a saúde mental no trabalho?

Promover a saúde mental no ambiente de trabalho é um compromisso essencial. Ainda tomando como base os dados da pesquisa do Workforce Institute, enquanto nove em cada dez líderes acreditam que a empresa impacta positivamente a saúde mental das pessoas colaboradoras, somente metade delas concordaria.

A pesquisa também aponta que, enquanto nove em cada dez pessoas gerentes acreditavam criar um ambiente onde as pessoas se sentiam confortáveis ​​para comunicar frustrações, somente 64% delas concordavam. Além disso, um em cada três profissionais diz que seu(sua) líder não consegue reconhecer seu impacto no bem-estar mental de sua equipe (35%), e sete em cada dez pessoas colaboradoras gostariam que sua empresa (70%) e gerentes (68%) fizessem mais para apoiar sua saúde mental.

Os dados deixam claro a importância de adotar estratégias práticas que possam fazer uma diferença significativa no bem-estar das lideranças e pessoas colaboradoras como um todo. Algumas ações importantes listamos abaixo.

1. Comunicação eficaz

A comunicação clara e aberta é fundamental. Incentivar uma cultura onde os colaboradores e colaboradoras se sintam à vontade para expressar preocupações pode reduzir o estresse.

Estratégias como reuniões one-on-one e feedbacks 360, abrem espaço para as pessoas poderem discutir abertamente sobre suas demandas, cargas de trabalho e desafios pessoais, e promovem um ambiente de apoio e colaboração.

Leia também: Quais são os principais desafios de comunicação na liderança?

2. Reconhecimento

O reconhecimento profissional frequente pode aumentar a autoestima e o engajamento das pessoas colaboradoras, reduzir a ansiedade e melhorar a satisfação dos(as) profissionais.

3. Apoio psicológico

Oferecer apoio psicológico às lideranças e pessoas colaboradoras é fundamental. Dessa forma, as empresas podem promover a saúde mental de diversas maneiras, tais como:

  • oferecer Programas de Assistência ao Empregado (PAE), que fornecem acesso a serviços confidenciais de aconselhamento, terapia e outros recursos de saúde mental;
  • promover um ambiente de trabalho inclusivo, livre de discriminação e assédio;
  • criar uma cultura de abertura e diálogo sobre saúde mental, para que as pessoas se sintam confortáveis em buscar ajuda quando precisarem;
  • oferecer jornadas de trabalho flexíveis, como opções de trabalho híbrido ou remoto, para reduzir o estresse e promover o equilíbrio entre vida pessoal e profissional;
  • oferecer serviços de coaching e mentoria para ajudar as pessoas a desenvolver resiliência e habilidades de enfrentamento;
  • investir em programas de bem-estar e atividades que promovam a saúde mental, como aulas de ioga, meditação e mindfulness.

Essas estratégias não somente melhoram a saúde mental das pessoas colaboradoras, mas também impulsionam a produtividade e a retenção de talentos, além de melhorar a imagem da marca empregadora.

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4. Treinamento e desenvolvimento

Oferecer treinamento e desenvolvimento para líderes e gerentes sobre como apoiar a saúde mental de suas equipes, pode fornecer uma base sólida para tais profissionais poderem gerenciar pessoas de forma eficaz.

Isso também contribui para engajar e reconhecer a relevância e o papel dos talentos no negócio, proporcionando mais segurança aos times, além de demonstrar a preocupação da empresa com o plano de carreira das pessoas colaboradoras.

Para melhorar o equilíbrio entre trabalho e saúde mental do seu time e apoiar as lideranças para desenvolver as competências necessárias, conte coma parceria da Alura + FIAP Para Empresas.

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Leia também: Como ser uma liderança colaborativa para sua equipe

Athena Bastos
Athena Bastos

Coordenadora de Comunicação da Alura + FIAP Para Empresas. Bacharela e Mestra em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC. Pós-graduanda em Digital Data Marketing pela FIAP. Escreve para blogs desde 2008 e atua com marketing digital desde 2018.

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