Masterclass de Agilidade: gerenciando projetos com Kanban e Scrum

Masterclass Agilidade - Contextualização, mercado de trabalho e introdução às metodologias ágeis

Olá! Meu nome é Gabriela Quero e estou aqui para apresentar a masterclass sobre metodologias ágeis. Neste encontro, vamos falar sobre Kanban, Scrum e o mercado de trabalho.

Audiodescrição: Gabriela se descreve como uma mulher de pele clara, com cabelos pretos, lisos e comprido até a metade das costas. Possui uma estatura baixa, vesta uma blusa de gola azul, usa óculos redondos de armação dourada e redonda, e possui dois piercings no nariz. Está no estúdio da Alura, com uma luz rosada ao fundo e uma estante com objetos decorativos à direita.

Sou formada em Pedagogia pela Universidade Federal de São Paulo e atualmente curso pós-graduação em Gestão Estratégica de Negócios na FIAP. Com mais de sete anos de experiência na área educacional, minha trajetória profissional inclui atuação como professora, gerente de projetos educacionais e coordenação de sala de aula e escolas.

Trabalhei com gestão de projetos educacionais em diferentes formatos, tanto no ensino presencial quanto no online. Ao longo dessa trajetória, tenho aplicado e ensinado metodologias ágeis no processo educacional.

No encontro de hoje, exploraremos o conceito de metodologias ágeis e o mindset ágil, essa forma de pensar e agir. Além disso, discutiremos as oportunidades de carreira para profissionais que dominam esses conhecimentos e faremos uma análise geral sobre o tema.

Conceito de Metodologias Ágeis

Muitas vezes, associamos o conceito de agilidade à velocidade. No entanto, no contexto das metodologias ágeis, agilidade significa flexibilidade, adaptação às mudanças e entregas contínuas. O mindset ágil promove uma abordagem dinâmica para gerenciar projetos e processos, permitindo ajustes constantes, feedback contínuo e entregas incrementais.

Isso significa que, em vez de fazer uma única grande entrega no final do projeto, faremos pequenas entregas contínuas, que, juntas, formarão o produto final. Dessa maneira, será possível acompanhar o progresso do projeto e ver como ele vai se desenvolvendo ao longo do tempo.

A agilidade é aplicada em diversas áreas, como TI, marketing, RH, saúde, serviços, operações e gestão pública. Essa abordagem, baseada na divisão de grandes projetos em partes menores e na realização de entregas contínuas, é um conceito humano e historicamente consolidado.

Princípios do Manigesto Ágil

Em 2001, um grupo de profissionais de software se reuniu para discutir maneiras de entregar software com mais qualidade, pois o modelo tradicional de gerenciamento de projetos não estava funcionando. Dessa iniciativa surgiu o Manifesto Ágil, que estabelece princípios fundamentais, como:

• Indivíduos e interações acima de processos e ferramentas: Isso significa que, nos métodos ágeis, o trabalho e a colaboração entre os indivíduos têm mais valor do que as ferramentas utilizadas.

• Produto ou serviço funcional acima de documentação extensiva: Atualmente, a perspectiva mudou um pouco: antes, o foco estava em "software funcional acima de documentação extensiva", e agora, a ideia se expandiu para "produto ou serviço funcional acima de documentação extensiva". O Manifesto Ágil e o conceito de agilidade estão se aplicando cada vez mais em diversas áreas. Quando dizemos que "produto ou serviço funcional está acima de documentação extensiva", queremos destacar que o foco deve ser na criação de um produto ou serviço que funcione, em vez de priorizar uma documentação detalhada. Isso não significa que a documentação não tenha importância; ela é essencial. A diferença é que a documentação precisa ser prática, objetiva e útil, acompanhando o produto ou serviço de maneira eficiente, sem excessos.

• Colaboração com o cliente acima de negociação de contratos: A colaboração com o cliente deve ser priorizada em relação à negociação de contratos. Ou seja, é fundamental trabalhar junto com o cliente durante todo o processo de negociação e desenvolvimento, adaptando-se conforme necessário.

• Responder a mudanças acima de seguir um plano: A resposta às mudanças deve ser mais valorizada do que simplesmente seguir um plano rígido. Se houver alterações no software ou nas necessidades do produto ou serviço ao longo do processo, e o plano inicial indicar um caminho diferente, a adaptação será priorizada. A equipe deve se concentrar em ajustar o curso conforme necessário, em vez de seguir rigidamente o plano original.

Esse é um marco importante na agilidade, que se consolidou com a criação e divulgação do Manifesto Ágil. Se tiver interesse, você pode pesquisar e ler o Manifesto na íntegra para compreender melhor seus princípios e fundamentos.

Na imagem a seguir, podemos observar duas abordagens distintas para a gestão de projetos:

A primeira abordagem é o modelo cascata, no qual as fases são fixas e o processo de produção segue uma sequência mais rígida. Nesse modelo, a colaboração entre as pessoas envolvidas tende a ser mais limitada, já que cada um tem uma tarefa específica a ser executada em uma ordem definida.

Por outro lado, a abordagem ágil exige uma colaboração contínua entre todos os membros da equipe. Ela é uma resposta dinâmica às mudanças: se algo deixa de fazer sentido, a equipe se adapta rapidamente para atender às novas necessidades.

Além disso, a abordagem ágil adota ciclos interativos e flexíveis, permitindo que as equipes entreguem partes menores do projeto de maneira contínua. Em vez de desenvolver um grande projeto de uma só vez, ele é dividido em pequenas tarefas, entregues gradualmente ao longo do tempo.

A Importância da Agilidade no Mercado de Trabalho

No mercado de trabalho, a agilidade é essencial devido ao ritmo acelerado das mudanças tecnológicas. As empresas precisam se adaptar e inovar constantemente, adotando novas ferramentas e formas de trabalho. Esse cenário tem impulsionado a demanda por metodologias ágeis em diversos setores. Um levantamento recente do MIT revelou que cerca de 40% das empresas na América Latina já adotam um pensamento ágil ou aplicam algumas de suas estratégias.

Segundo o PMI, até 2030 o mundo precisará de 25 milhões de profissionais com conhecimento em gestão de projetos e gestão ágil de projetos, pois essas abordagens se complementam.

Para entender essa interseção, é interessante observar sua evolução histórica. Com a Revolução Industrial, no início do século XX, surgiu a necessidade de um modelo de gestão mais estruturado. Por volta de 1950, Henry Gantt desenvolveu o gráfico de Gantt, uma ferramenta que permite visualizar prazos e organizar projetos de forma mais eficiente. Desde então, a gestão de projetos tradicional passou por diversas evoluções.

Nos anos 1990 e 2000, a indústria de software demandou abordagens mais flexíveis, levando à criação do Manifesto Ágil. Hoje, essas duas áreas se convergem: gerentes de projetos tradicionais incorporam conceitos ágeis, enquanto agilistas e agile coaches utilizam ferramentas de gestão de projetos convencionais. No dia a dia, tanto metodologias tradicionais quanto ágeis são aplicadas em diversos setores, promovendo uma abordagem híbrida para a gestão de projetos.

Oportunidade de Carreira

Vamos explorar as oportunidades de carreira para quem possui conhecimento em gestão de projetos e metodologias ágeis.

Dominar essas habilidades pode impulsionar a trajetória profissional, independentemente do setor ou cargo. Seja para assumir o papel de gerente de projetos ou simplesmente melhorar a eficiência nas entregas diárias — como designers, analistas ou educadores — o pensamento ágil também contribui para a organização da rotina pessoal.

Algumas carreiras são especialmente estruturadas para esse conhecimento, como a de Scrum Master em equipes que utilizam o framework Scrum. O Scrum Master facilita o processo ágil, organizando reuniões e promovendo a interação entre as equipes.

Já o Product Owner (PO) é responsável por definir prioridades e a visão do produto, estruturando o backlog, negociando com clientes e garantindo a conexão entre as demandas e o time de desenvolvimento. O Agile Coach, por sua vez, atua treinando equipes e empresas na adoção do pensamento ágil. Além disso, o Gerente de Projetos Ágil combina princípios ágeis e tradicionais para gerenciar projetos estratégicos.

Kanban: o Método de Fluxo Contínuo

Entre as metodologias ágeis, destaca-se o Kanban, um sistema de fluxo contínuo de trabalho criado pela Toyota. Na próxima Masterclass, vamos explorar seu funcionamento em detalhes.

O Kanban utiliza um quadro para visualizar o fluxo de trabalho e também para limitar a quantidade de trabalho em andamento. Na imagem a seguir, há um fluxo representado em um quadro, que pode ser tanto analógico quanto digital.

Neste quadro, temos as tarefas em "To Do" (A Fazer), que representam tudo o que está no backlog e será movido para o fluxo de trabalho em breve. Essas são as tarefas que ainda aguardam para serem iniciadas.

Em seguida, temos o "Doing" (Em Progresso), que engloba as tarefas que estão sendo realizadas no momento, como análise, desenvolvimento, testes e revisão. Essas tarefas estão ativamente em andamento no meu fluxo de trabalho. Por fim, temos as tarefas "Done" (Feitas), que são todas as tarefas já concluídas e implementadas.

Scrum: o Método de Trabalho em Sprints

O Scrum, que exploraremos nesta Masterclass, é um método baseado em sprints, ciclos curtos de trabalho que variam de uma a quatro semanas. Durante um sprint, são realizadas entregas incrementais, com papéis bem definidos: Scrum Master, que é a pessoa facilitadora; Product Owner (PO), que vai negociar com stakeholders e definir as prioridades; e o time de desenvolvimento, responsável pela execução.

Enquanto o Scrum organiza o trabalho em ciclos estruturados, o Kanban opera com um fluxo contínuo e equipes auto gerenciáveis. Esses métodos não são excludentes e podem ser combinados — um tema que aprofundaremos no próximo encontro.

Conteúdos na Plataforma da Alura

Para quem deseja se aprofundar nesse universo, a Alura oferece uma formação completa, denominada Agilidade: abordagens e práticas avançadas. Essa trilha aborda práticas avançadas, cultura e métodos ágeis, pilares para inovação, Scrum, Kanban e Agile escalado.

Também explora Lean Agile, Agile Coaching e temas avançados, como qualidade, entrega de valor e estratégias de contratação. Além disso, a formação em liderança ágil desenvolve soft skills essenciais para liderar em ambientes dinâmicos.

Para profissionais de RH, a formação RH 4.0: Digital Agile & Transforming Business Partner ensina gestão ágil, estratégias diárias, experiência do empregado e empregador, além de educação corporativa aplicada ao contexto ágil.

Também disponibilizamos artigos sobre gestão de negócios e metodologias ágeis, oferecendo uma visão abrangente sobre esses temas. Esses materiais são um ótimo ponto de partida para quem deseja estudar e aprimorar suas habilidades em agilidade.

Esperamos vocês no próximo encontro, onde discutiremos mais sobre Scrum, Kanban e sua aplicação prática, além de desafios para exercitar o pensamento ágil. Até lá!

Masterclass Agilidade - Mergulhando no Kanban e Scrum

Olá, este é o nosso segundo encontro da Masterclass de Agilidade, e vamos mergulhar mais fundo no que é o Kanban e o Scrum, além de como aplicá-los no nosso dia a dia de trabalho, independentemente da área.

Objetivo

Nosso objetivo é entender o que são o Kanban e o Scrum, como aplicá-los, compará-los e criar nosso próprio quadro utilizando uma ferramenta gratuita.

O que é o Kanban

Vamos começar explorando o Kanban. Criado pela Toyota na década de 1950 para otimizar a produção, o Kanban é um sistema baseado na visualização do fluxo de trabalho. A palavra "Kanban" significa "cartão" em japonês, e esses cartões têm a função de representar o trabalho em andamento. Ele é amplamente utilizado não só na tecnologia, mas também em áreas como saúde, produção e manufatura.

O Kanban se baseia em alguns princípios-chave, sendo os seis principais:

• Comece com o que faz hoje;

Ou seja, analise o que está sendo feito e como está sendo feito. Não é necessário reinventar o fluxo de trabalho para adotar o Kanban.

• Mudança evolutiva;

A mudança será gradual, com pequenas melhorias ao longo do tempo, respeitando os papéis existentes.

• Respeito pelos papéis atuais;

Outro princípio importante é que não será necessário modificar toda a equipe ou os papéis atuais, começaremos com a estrutura que já temos.

• Visualizar o trabalho;

Devemos adotar um quadro para visualizar as tarefas, o que pode ser feito de forma analógica, usando um quadro ou uma lousa, com cartões que indicam o que precisa ser feito, o que está em andamento e o que já foi concluído.

• Limitar o trabalho em progresso (WIP);

É crucial limitar o trabalho em progresso (WIP - Work in Progress), definindo um limite para evitar sobrecarga no time e prevenir gargalos.

• Gerenciar o fluxo de trabalho.

Vamos gerenciar o fluxo de trabalho utilizando todos esses princípios e, principalmente, nosso quadro.

Explorando o Trello

O Trello é um site que oferece modelos de quadro para gestão visual, e um deles é o modelo Kanban. Esse quadro é gratuito para até 10 pessoas e é muito útil para entender como funciona, além de fazer a gestão de diversos tipos de projeto. Por exemplo, podemos ter um quadro no Trello para gestão de projetos de estudos, mas também para outros tipos de projetos.

Nessa ferramenta, temos algumas colunas, como o Backlog, onde colocamos todos os cartões das tarefas que devem ser feitas. Podemos listar as tarefas em sequência para entregar nosso produto ou serviço. No modelo de quadro Kanban fornecido pelo Trello, a próxima etapa é o Design, ou A fazer, que é o que estava no Backlog, foi refinado e está pronto para ser iniciado. A coluna seguinte é a Em andamento, onde colocamos as tarefas que já foram iniciadas.

O Kanban do Trello é voltado para desenvolvimento de software, então possui uma coluna de Revisão de código, mas, dependendo do projeto, pode ser outro tipo de revisão, validação final ou teste. Lembrando que essas colunas podem ser excluídas ou modificadas conforme necessário. Por fim, temos a coluna Concluído, onde registramos as tarefas finalizadas. Essa é uma sequência básica de um quadro Kanban.

Vimos no Trello uma estrutura que pode ser utilizada na própria ferramenta digital ou criada em um quadro analógico. A estrutura A fazer (To do), Fazendo (*Doing), e Feito (Done), podem ter divisões dependendo das áreas de projeto. No Fazendo, podemos ter áreas de análise, desenvolvimento e testes, até ultrapassar todo o fluxo e chegar no Feito. Podemos dividir essa coluna ou fase do fazendo, mas a ideia básica é a mesma: um quadro para visualizar o caminho do fluxo de trabalho e saber quais tarefas estão em cada etapa.

Onde utilizar o Kanban

A ideia de ter um quadro de gestão visual das tarefas pode ser aplicada em diversas áreas. Hoje, muitas equipes de TI utilizam quadros de gestão de tarefas, sejam analógicos ou digitais, como o Trello, ClickUp, Jira, entre outros. O Kanban é usado no gerenciamento de projetos de software, marketing, organização de campanhas, organização de times e tarefas no dia a dia, RH, educação, organização de aulas e conteúdos, produção de conteúdos educacionais e na gestão pessoal, como estudos ou projetos pessoais. Ou seja, pode gerenciar o fluxo de qualquer trabalho.

O que é o Scrum

O Scrum foi criado no final dos anos 1990 por Jeff Sutherland e um grupo de pessoas desenvolvedoras insatisfeitas com a gestão de projetos da época. Ele é baseado em sprints curtas, de uma a quatro semanas, nas quais o time define o que consegue entregar do backlog nesse período. Essa definição de tempo é feita pelo time de desenvolvimento, junto com o Scrum Master e outras partes interessadas. O Scrum é utilizado para entregas rápidas e eficientes, com pequenas entregas incrementais ao longo do tempo.

Isso quer dizer que se temos uma parte do software que será feita naquele momento, faremos dentro da sprint e entregaremos um pequeno item testável. Sempre temos pequenas entregas ao longo do tempo que são incrementadas.

Os três papéis fundamentais no Scrum são:

• Scrum Master

Facilita os processos e remove impedimentos. No dia a dia, o Scrum Master facilita as cerimônias que acontecem, como a cerimônia diária, também chamada de daily, e outros encontros importantes. Quando surgem impedimentos, como por exemplo, quando não sabemos como a área de teste está trabalhando fora do time de desenvolvimento e precisamos esclarecer essas dúvidas, o Scrum Master organiza esses encontros para resolver questões. Ele identifica gargalos ou problemas no fluxo diário do time e trabalha para facilitar a resolução, ajudando na comunicação entre os membros do time, com outras áreas ou até na aquisição de licenças de software, quando necessário.

Além disso, o Scrum Master também lida com métricas e auxilia os stakeholders ou as partes interessadas que contrataram o projeto, ajudando-os a entender o andamento do projeto, as direções que ele está tomando, os prazos esperados e outras informações relevantes.

• Product Owner

É a pessoa responsável pelo produto. Essa representante do produto ou serviço que estamos construindo ajudará a definir as prioridades do nosso trabalho. Ela indicará o que deve ser feito primeiro, o que pode ser feito depois e quais entregas são mais importantes. Além disso, o Product Owner servirá como uma ponte entre a equipe de desenvolvimento e as partes interessadas, como os gestores dentro da empresa ou os clientes, dependendo da área para a qual estamos desenvolvendo o projeto.

• Time de desenvolvimento

Também temos a equipe de desenvolvimento, que é a responsável por construir, de fato, o produto dentro de uma empresa de software. Contamos com pessoas desenvolvedores de front-end, desenvolvedores de back-end, profissionais de testes, designers e outros membros da equipe de desenvolvimento, que, todos os dias, trabalham na criação do que vamos entregar.

Eventos do Scrum

Os eventos do Scrum incluem uma estrutura fixa de cerimônias para guiar o processo da sprint. Se temos uma sprint de quatro semanas, começamos com a sprint planning, ou planejamento da sprint, para definir o que será feito nesse período.

Se tivermos uma Sprint de quatro semanas, começaremos com uma Sprint Planning (Planejamento da Sprint), onde vamos revisar nosso backlog, identificar tudo o que o Product Owner trouxe para nós e definir o que podemos desenvolver dentro desse período.

Faremos o planejamento de todas as tarefas que vamos puxar para a nossa cadência, decidindo o que vai entrar, o que vamos entregar e o que conseguimos concluir. Caso tenham tarefas grandes, podemos precisar dividi-las em partes menores. Se houver poucas tarefas, podemos adicionar mais. Essa reunião será feita com toda a equipe para garantir que todos saibam o que vamos entregar nas quatro semanas da Sprint.

Além disso, temos as reuniões diárias, as dailys. Embora não precisem ocorrer diariamente, é essencial que sejam reuniões curtas, com a equipe, focadas no nosso quadro de desenvolvimento. Nessas reuniões, discutimos o que está acontecendo dentro dos prazos e o que precisamos ajustar para manter o fluxo. Se precisar de apoio de outras áreas ou pessoas, identificamos isso também.

Antigamente, acreditava-se que as daily eram apenas sobre o que fizemos e o que faremos, mas atualmente o foco está na tarefa em si, avaliando o que precisamos fazer para que ela alcance o resultado esperado dentro do prazo.

Ao final da Sprint, após realizarmos todas as cerimônias diárias e entregarmos o que foi planejado, teremos a review (revisão), que é a apresentação do que foi desenvolvido. A review pode ser feita diretamente para o cliente, com a equipe de desenvolvimento, ou para pessoas da hierarquia da empresa que precisam acompanhar o progresso.

Durante a apresentação, vamos mostrar o que de valor foi entregue. Se apenas alguns testes foram feitos em um produto e ele não está pronto para apresentação, idealmente não o apresentaremos ainda. Vamos mostrar apenas o que foi concluído e entregue dentro do prazo estipulado para nossa Sprint.

Na retrospectiva, temos um momento de reflexão entre o time. Geralmente, o Scrum Master ou a pessoa responsável pela apresentação prepara uma dinâmica para conversar com todo o time sobre o que foi feito, como foi feito, o que poderíamos melhorar, o que deu certo e podemos levar para a próxima sprint ou ciclo de trabalho, e o que precisamos mudar para que as coisas funcionem melhor.

Scrum x Kanban

Temos o Scrum, que é uma estrutura baseada em sprints com papéis definidos, e o Kanban, que é um fluxo contínuo com equipes autogerenciadas. São duas ideias que se complementam em alguns momentos. O Scrumban surge como uma junção dessas duas ideias, unindo a estrutura do Scrum com a flexibilidade do Kanban e a ideia de gestão através do quadro.

Nessa estrutura, mantemos o stand-up, a daily stand-up ou nossa reunião diária, que pode ou não ocorrer diariamente, mas é nossa reunião de status, onde olhamos para o quadro e entendemos o que está sendo feito em cada tarefa e como podemos atuar para que ela seja feita e entregue com a melhor qualidade possível dentro dos prazos planejados.

Essa estrutura é amplamente utilizada por equipes que buscam organização, permitindo que o trabalho flua de forma estruturada, mas com certa flexibilidade.

Agora, vou compartilhar alguns conteúdos que podem ajudar nessa jornada, seja para aplicar o Kanban, o Scrum ou a combinação de ambos no seu dia a dia de trabalho. Em seguida, deixaremos dois desafios para você praticar e entender melhor como funciona, além de aplicar no dia a dia de trabalho, independentemente da área de atuação, o que pode ajudar no desenvolvimento ou progressão de carreira.

A primeira formação da Alura que apresentaremos é a Gestão ágil de projetos. Esta formação possui cursos que podem te ajudar a se aprofundar mais no conteúdo discutido e gerar mais valor para a área de atuação, independentemente de qual seja.

Temos um curso de gestão ágil para explorar mais os conceitos de agilidade e utilizá-los no dia a dia de trabalho. Também há um curso de gestão de produto, usando a agilidade para desenvolver novos produtos e conhecer essas técnicas. Além disso, temos um curso de gestão ágil de processos, que aborda alguns frameworks de processo, e o de Team building. Este curso é útil para saber quando e como utilizar técnicas e práticas em times ágeis, como as dinâmicas aplicadas em retrospectivas. Outro curso é o de Liderança transformacional, que trabalha com melhoria contínua no dia a dia dos times.

Para se aprofundar mais em Scrum, há o curso Scrum: agilidade em seu projeto, e também Cultura e Métodos ágeis, pilares para uma imersão avançada. Há ainda um curso específico de Kanban, análises para implementação, que ensina como começar a usar o método Kanban no contexto de cada um.

Temos ferramentas de apoio à gestão, o Management 3.0, que ensina a gerenciar o ambiente, não as pessoas, além de ferramentas para agilidade e uma visão geral sobre o controle de projetos e produtos. Estes são os cursos que compõem a formação em gestão ágil de projetos.

Também temos a formação Kanban, que é específica sobre Kanban. Ela aborda análise para implementação e um curso para evoluir as entregas com métricas, ensinando como olhar para o quadro de gestão e extrair métricas e insights. Também aborda o ritmo de cadência, utilizando um quadro de gestão visual ou online. A formação ensina sobre a cadência de entrega e a importância de melhorar, além de Kanban implementação sistêmica em múltiplas equipes. Há também práticas avançadas de Kanban, incluindo gestão de portfólio com várias equipes.

Para quem deseja se aprofundar mais, há artigos no Alura para Empresas sobre como utilizar o método Scrum na empresa, servindo como um guia, e também sobre Kanban, explicando o método, principais conceitos e funcionamento no dia a dia.

Desafio Kanban Board Game

Agora, como prometido, deixaremos dois desafios. O primeiro é o Kanban Board Game, que pode ser encontrado no seu buscador favorito. É um jogo online com duas versões, uma de 30 dias e outra de 21 dias, simulando a gestão de um fluxo de um time de desenvolvimento. O jogo começa no dia 9, com zero de caixa, e o objetivo é implementar uma história todos os dias para ganhar receita.

O jogo oferece uma ideia geral sobre o que a empresa oferece, o motivo de começar no nono dia e o objetivo. É necessário terminar as tarefas para fazer caixa, e elas só são concluídas quando chegam na última coluna do quadro de gestão visual. O jogo permite alocar pessoas em tarefas de teste, desenvolvimento e análise, e o desafio é jogar até o dia 35, o último dia de jogo, e compartilhar no chat do YouTube a posição no ranking mundial e o caixa conseguido.

O segundo desafio é prático. Após explorar os cursos e formações da Alura e entender como aplicar o Scrum e o Kanban no dia a dia de trabalho, é possível criar um quadro de trabalho das tarefas diárias, seja do time ou pessoais. Para isso, é necessário criar uma conta no Trello e entrar no modelo de quadro Kanban do Trello, que é gratuito para até 10 pessoas.

Vamos alocar uma pessoa de teste para cada uma das nossas tarefas. Todas essas tarefas já estão há oito dias na fila. Há duas tarefas de teste e algumas de desenvolvimento prontas para começar, que podem ser assumidas pelo time de testes. No entanto, não há mais testadores disponíveis para alocação. Diante disso, vamos redistribuir a equipe: designamos uma pessoa de desenvolvimento e uma analista para atuar nessa etapa.

Assim, iniciamos o dia 9 de trabalho. Três tarefas foram concluídas pelo time de testes, o que resultou em um aumento no caixa. No final do dia, o primeiro ciclo de trabalho foi encerrado. Há uma legenda explicando as regras do jogo, que pode ser traduzida para o português, se necessário.

Após, precisamos continuar puxando tarefas para teste, desenvolvimento e alocar pessoas para essa tarefas. No dia 10, um imprevisto ocorreu: um dos testadores sofreu um acidente, fraturou a perna e precisou se afastar. A equipe precisará reorganizar as tarefas para lidar com a ausência desse profissional.

Situações como essa fazem parte do dia a dia de trabalho e precisam ser gerenciadas para garantir a continuidade das entregas. Seu objetivo agora é jogar até o dia 35, último dia da simulação, e verificar o desempenho no ranking mundial. Ao finalizar, compartilhe sua posição nos comentários e informe o valor final do caixa acumulado.

Desafio prático

O próximo desafio é uma atividade prática. Agora que você já explorou os cursos e formações da Alura e compreendeu como aplicar Scrum e Kanban no seu dia a dia, independentemente da sua área de atuação ou cargo, e já experimentou esses conceitos no Kanban Board Game, é hora de criar um quadro de trabalho com suas próprias tarefas.

Esse quadro pode representar as demandas do seu time ou suas atividades pessoais. Para isso, crie uma conta no Trello e utilize o modelo de quadro Kanban, disponível gratuitamente para até 10 pessoas.

O Trello oferece colunas flexíveis, que podem ser ajustadas conforme necessário. Você pode reduzir, renomear ou reorganizar as colunas desse template, além de modificar o tipo de visualização. O objetivo é estruturar um quadro que represente suas tarefas: aquelas que precisam ser feitas, as que já foram iniciadas e as que estão em andamento. O fluxo de trabalho deve refletir sua rotina e se adaptar à sua realidade.

Lembre-se de que não é necessário reinventar processos ou criar novas funções. Comece com a estrutura existente e, a partir dessa visualização, implemente melhorias contínuas.

Agora que você aprofundou seus conhecimentos em Scrum e Kanban e aprendeu como combiná-los, reflita sobre quais aspectos ainda podem ser aprimorados e como testar essas práticas no seu dia a dia. No nosso próximo e último encontro, vamos explorar outras habilidades essenciais para a gestão ágil de projetos. Até lá!

Masterclass Agilidade - Habilidades complementares e o futuro das metodologias ágeis

Olá, é um prazer ter você aqui. Este é nosso último encontro da Masterclass sobre metodologias ágeis, e vamos discutir sobre habilidades complementares e o futuro dessas metodologias.

Neste encontro, apresentaremos algumas habilidades interpessoais essenciais para pessoas profissionais ágeis, sejam agilistas, gerentes de projetos, integrantes de times ágeis ou que desejam tornar-se mais ágeis.

Exploraremos as tendências futuras das metodologias ágeis e discutiremos como construir um portfólio ágil para aplicar e demonstrar conhecimentos, na prática.

Desenvolvendo a comunicação para a agilidade

Primeiramente, destacamos a importância da comunicação. Em um time ágil, a comunicação é parte do cotidiano, seja em reuniões de planejamento, refinamento, cerimônias diárias como as dailies no Scrum, ou ao comunicar o andamento do processo para pessoas stakeholders e alinhar novas tarefas com o time de desenvolvimento. A comunicação deve ser clara, objetiva e transparente, seja nas reuniões diárias ou ao dar feedbacks para evitar falhas ou melhorar processos.

Para aprimorar essa habilidade, podemos praticar a escuta ativa e utilizar o storytelling para melhorar interações. A plataforma da Alura oferece cursos e artigos para aprender essas habilidades.

Exercendo a liderança ágil e servidora

Em seguida, abordaremos o papel da liderança ágil. Em times ágeis, há diferenças entre lideranças tradicionais e a liderança servidora. Ao invés de apenas delegar tarefas, a liderança servidora se aproxima do time, entendendo suas necessidades e buscando melhorias. Isso não significa atuar como secretaria do time, mas sim observar o panorama geral e intervir para ajudar, seja na organização, empoderando pessoas ou ensinando práticas adequadas.

Uma pessoa scrum master ou agile coach atua nos bastidores, empoderando a equipe para que opere de forma autônoma. Todas as pessoas devem conhecer as ferramentas de gestão, as cerimônias necessárias e o produto a ser entregue.

A liderança servidora cria um ambiente seguro para experimentação, ação e melhoria contínua.

Os componentes da inteligência emocional de Daniel Goleman auxiliam no cotidiano e são essenciais para liderar times, pois gerir projetos também envolve gerir pessoas:

• Autoconsciência
• Autocontrole
• Motivação
• Empatia
• Habilidades sociais

Tendências emergentes na agilidade

Atualmente, algumas tendências da agilidade incluem o Lean, que foca na redução de desperdícios e otimização contínua. Ao implementar processos, extraímos métricas para identificar desperdícios e gargalos, promovendo melhorias contínuas.

Já o DevOps integra desenvolvimento e operações para entregas mais rápidas, enquanto o Design Thinking foca na solução de problemas centrados na pessoa usuária.

Essas são tendências da agilidade nos negócios que podemos continuar estudando.

Entendendo o futuro das metodologias ágeis

As metodologias ágeis não estão desaparecendo. Apesar de críticas, observamos o crescimento do Business Agility além do setor de TI, impactando diversos setores. A transformação digital contínua e a adoção de modelos híbridos e personalizados pelas empresas evidenciam a evolução da agilidade.

A agilidade aplicada exatamente como está nos livros pode não ser tão escalável. No entanto, esse conceito já é utilizado há muito tempo no dia a dia de diferentes setores. Com o tempo, a abordagem rígida pode desaparecer, pois as pessoas e as indústrias se apropriam da ideia, adaptando-a conforme as necessidades de cada organização. O importante é manter os princípios fundamentais da agilidade enquanto se molda a aplicação prática.

Construindo um portfólio ágil

Como podemos demonstrar nossa experiência ágil? Para quem trabalha em diversos setores, a primeira ação é utilizar um quadro Kanban, seja ele digital ou analógico, para mostrar como o serviço está sendo realizado.

Manter uma comunicação clara sobre o que está sendo feito e como está sendo feito ajudará a destacar-se. Além disso, é possível colocar a agilidade em prática fora do ambiente de trabalho, participando de projetos voluntários, o que pode ser um diferencial na carreira.

Impactando o mundo com a agilidade

Você já praticou o conteúdo no Kanban Board Game ou criando seu próprio Trello, aplicando um pouco no seu dia a dia de trabalho. Mas agora quer ir além, colocando em prática no mundo real, impactando mais pessoas e criando um case de trabalho.

Para isso, apresentamos a plataforma Atados. No site atados.com.br, encontramos uma plataforma que conecta ONGs e causas que precisam de trabalhos voluntários com pessoas que desejam se voluntariar. Nessa plataforma, podemos nos cadastrar e encontrar vagas.

Por exemplo, na área de vagas do site da Atados, podemos utilizar o filtro na parte superior para buscar vagas à distância, de gerenciamento e que envolvam agilidade, mostrando que há demanda por pessoas com esse conhecimento.

A partir do resultado dessa busca, temos vagas como Gestão de dados, Consultoria em audiovisual, Analista comercial, Gestão de redes sociais, entre outras. É possível filtrar por áreas de interesse, como Assessoria de projetos ou Avaliação de projetos, e buscar vagas que se alinhem com o que desejamos colocar em prática no dia a dia e com o que aprendemos nos cursos.

Ao entrar em contato com essas oportunidades, podemos oferecer nossos serviços, montar um quadro no Trello junto com essas pessoas, colocar no backlog todas as tarefas que devem ser realizadas, dividi-las em tarefas menores e integrar o time de desenvolvimento nessa ferramenta de gestão visual.

As tarefas podem ser alocadas para cada integrante, e em alguns momentos, realizar reuniões ou checkpoints com o time para entender o que já foi feito, o que ainda precisa ser feito, o que necessita de ajuda, e assim por diante.

Após algum tempo, podemos tentar aplicar o Scrum ou não. Com o tempo, teremos uma visão mais robusta e, quem sabe, extrair algumas métricas desse quadro.

Compartilhando experiências

Para apresentar os resultados, podemos conversar com as pessoas responsáveis e verificar a possibilidade de fazer um relato, por exemplo, no LinkedIn, contando como facilitamos a construção do backlog, ajudamos o time a se organizar, quais foram os gargalos encontrados, as dificuldades enfrentadas e o que faríamos diferente agora. Tudo isso contribuirá para construir um portfólio de produtos e ações como gerente de projetos, demonstrando experiência e capacidade de aplicar melhorias contínuas no trabalho.

Evoluindo com a Alura

Gostaríamos de apresentar alguns conteúdos da plataforma Alura que podem ajudar a desenvolver competências mencionadas, como comunicação. Temos a Formação sobre segurança psicológica, que discutimos brevemente, destacando sua importância para lideranças que desejam criar ou manter um ambiente seguro em suas equipes. O primeiro curso ensina como promover um ambiente de trabalho seguro e colaborativo, essencial em equipes ágeis.

Nessa formação, há outros conteúdos e cursos indicados, como o curso de segurança psicológica focado em lideranças, no qual construiremos ambientes de confiança e inovação. Uma pessoa especialista do mercado apresentará como fomentar um ambiente seguro dentro do time, analisar características e promover inclusão e aprendizado na equipe que lideramos.

Outro curso recomendado é o Feedback efetivo: utilizando ferramentas para comunicação transformadora. Nele, exploramos a função do feedback e como, independentemente do cargo, podemos usar ferramentas de comunicação para oferecer feedbacks construtivos e positivos, desenvolvendo habilidades junto ao time.

Conclusão

Este foi nosso último encontro da Masterclass. Esperamos que tenham aproveitado e que os conteúdos indicados sejam úteis em sua jornada. Até mais!

Sobre o curso Masterclass de Agilidade: gerenciando projetos com Kanban e Scrum

O curso Masterclass de Agilidade: gerenciando projetos com Kanban e Scrum possui 62 minutos de vídeos, em um total de 4 atividades. Gostou? Conheça nossos outros cursos de Agilidade em Inovação & Gestão, ou leia nossos artigos de Inovação & Gestão.

Matricule-se e comece a estudar com a gente hoje! Conheça outros tópicos abordados durante o curso:

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